13 de abr. de 2011

China mantém 5,8 mil presos políticos

China mantém 5,8 mil presos políticos, diz ONG

Levantamento de entidade americana aponta aumento da quantidade de prisões e do tamanho das penas após os Jogos Olímpicos de 2008 via estadao

A China tem 5.800 pessoas presas por razões políticas e religiosas, segundo estimativa da fundação americana Dui Hua, que possui um banco de dados dos detentos elaborado com base em informações oficiais do governo chinês. Desde sexta-feira, o mais célebre desses prisioneiros é o vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Liu Xiaobo, condenado em 2009 a 11 anos de prisão por subversão.
YM YIK EPA/EFE
YM YIK EPA/EFE
Protesto. Em Hong Kong, ativistas fazem manifestação em favor de Liu: contra perseguição
Criada em 1999, a Dui Hua divulga anualmente um balanço do número de presos e condenados na China por exporem de maneira não violenta suas posições políticas ou crenças religiosas.
Os relatórios da entidade apontam a elevação da quantidade de prisões e do tamanho das penas a partir de 2008, quando o governo chinês aumentou a repressão aos dissidentes, ampliou a censura e apertou os mecanismos de controle da sociedade na preparação para a Olimpíada de Pequim. Os Jogos acabaram, mas o aparato repressivo permaneceu.
As estatísticas da Dui Hua mostram que, em 2008 e 2009, mais pessoas foram presas e condenadas na China por razões políticas e religiosas do que nos cinco anos anteriores juntos. O grupo também estima que a extensão das penas aumentou em cerca de 20%. Na avaliação de entidades de defesa dos direitos humanos, a condenação de Liu Xiaobo a 11 anos de prisão faz parte desse processo de endurecimento da repressão contra os dissidentes.
Para esses grupos, o governo pretendia transformar o vencedor do Prêmio Nobel da Paz em um caso exemplar, com o objetivo de intimidar outros ativistas. No entanto, a aplicação de penas elevadas se repetiu em outros julgamentos.
O número de presos voltou a subir em 2007, para 742, e chegou ao recorde dos últimos dez anos em 2008, quando 1.712 pessoas foram encarceradas por questões políticas ou religiosas. No ano seguinte, a cifra baixou para 1.129. Mesmo assim, excluído o dado de 2008, o patamar é o mais alto desde 1998, quando as estatísticas começaram a ser elaboradas.


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