26 de set. de 2010

Manifesto em defesa da democracia

 Manifesto em defesa da democracia e liberdade de imprensa


http://www.defesadademocracia.com.br/

Nossa nação corre sério risco - Juristas, Chefes de igrejas, Associação dos pastores evangélicos e a sociedade civil lançam o manifesto em razão da fúria e ameaças do populista presidente do Brasil que ataca a imprensa e tenta intimidar adversários políticos. Já contamos com mais de 50  mil assinaturas na primeira semana do manifesto . Participe assine e divulgue

Alerta contra a anestesia crítica


Carlos Guilherme Mota - especial para O Estado
O Manifesto em Defesa da Democracia, lançado nessa semana com discreto alarde, surge tardiamente, em tempos de desencanto e ilusões nacionais perdidas. Mas quando nasceu o problema que os manifestantes denunciam, o do perigo de patrulhamento da imprensa, agora agravado com os arroubos presidenciais autoritários?
Epitácio Pessoa/AE
Epitácio Pessoa/AE
Perigos denunciados pelos manifestantes vêm de longe
Ele vem de longe. Veja-se a censura ao estadão.com.br e ao Diário do Grande ABC. Mas na verdade tudo começou no período pós-ditatorial, passada a animação das "lutas pelas liberdades democráticas", toleradas aliás nos estritos limites do liberalismo precário da terra.
Supondo que haja tempo, é de se esperar que os comentaristas políticos aprimorem a mira e lancem seus torpedos na direção certa. Pois o alvo não é apenas o modelo político caduco em que Lula se compõe com Sarney, Collor e a escumalha do PMDB.
É outro o alvo, para além dos tais índices de crescimento: o perigo de ainda maior esgarçamento do tecido da incipientíssima sociedade civil. Urge fazer notar que a população brasileira duplicou em 40 anos, mas a pobreza não diminuiu sob o pontificado de marqueteiros. E que a malaise social se aprofunda, empurrando a Nação para o charco do mundo peemedebista, que agora vai comer o eventual governo Dilma pelas bordas.
A contrapartida a esse manifesto é a preocupante iniciativa denominada "Contra o Golpismo e em Defesa da Democracia", de Luís Nassif, contratado a bom preço pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), órgão oficial, que tenta mobilizar movimentos de apoio do mundo sindical atrelado à Presidência, com financiamento de muito discutíveis ONGs, blogs, etc.
Neste momento mais grave de nossa história desde 1984, a sociedade parece envolta numa bruma ideológico-religiosa-lulista em que se anestesiou o espírito crítico. Brasília foi tomada por "aloprados" e enlameada pela "lambança", palavra muito veiculada em Fatos e Versões, da TV Globo, por Franklin Martins, quando atuava do outro lado do balcão. Lula, vale recordar, "extirpou" o conceito de "luta de classes" ao retirar do programa de seu partido ideia que tanto aborrecia a direita, pela qual, hoje, "a sua" esquerda é mobilizada, procurando rachar o País.
Vive-se nesta etapa histórica um desenvolvimento político-cultural precário, de falsa euforia econômico-social, e, como em Portugal, Espanha ou Grécia, a fatura chegará, passadas as eleições. Com o aplastamento da inteligência das lideranças da sociedade civil, ou do que resta dela, não chega o tal manifesto a impactar a Nação. Mas tem o mérito de levantar uma ponta da questão nacional, que é - uma vez mais - a impunidade, a falta de transparência, a precária independência dos poderes, o centralismo exacerbado de uma República em frangalhos.
Uma República de polichinelo, com o presidente fazendo graça com seus superpoderes (que nem eu nem ninguém lhe conferiu), do neopopulismo pobrista, neste quadro sociocultural em que florescem tiriricas e mulheres-pera. É perigosa a mobilização populista de uma população que ainda não entrou na antessala da sociedade democrática moderna - por falta de educação, saneamento, saúde, mas sobretudo por falta de exemplos de cima.
Raymundo Faoro, o combativo jurista amigo de Lula, falava na triste característica do mundo político brasileiro no Segundo Reinado, controlado por um Parlamento de polichinelo. O conceito pode ser ampliado, pois os casos de Waldomiro Diniz a Erenice revelam um vasto submundo do qual nem o presidente teria conhecimento. "Não sabia", como se a imprensa - sempre a imprensa! - e o Ministério Público não viessem martelando tais falcatruas.
Faoro alertava, em Os Donos do Poder, que o modelo político brasileiro se desdobra, desde o Segundo Reinado, nessa máquina baseada na exclusão, na Conciliação, apurando mecanismos que levam ao fortalecimento da chefia única. E, como ensina a história, sempre com trágico desfecho.
Que o presidente que se quer estadista, uma vez curado da embriaguez pelo poder, retome a liturgia e a solenidade que o cargo lhe impõe como presidente de todos os brasileiros - meu inclusive -, e não condottieri de um partido ou facção. Que abra espaço e tempo para entender o que significa o que outro amigo seu, o professor Florestan Fernandes, ensinou: é preciso desmontar o atual modelo autocrático-burguês. Tarefa que Lula não conseguiu realizar, muito ao contrário, pois fez todas as conciliações, inclusive algumas inomináveis. E Florestan sempre o advertiu do perigo da "costura política pelo alto", pois os dedos podem ficar presos.
Luís Carlos Prestes, quando da festiva fundação do PT, perguntado sobre o que faltava a esse novo partido, respondeu secamente: "Falta leitura". O problema hoje é que talvez já não haja tempo para Lula ler, meditar e aplicar o princípio pétreo de um participante da Revolução Francesa, Maximilien Robespierre. "O Incorruptível", em sua anotação para um discurso à Convenção Nacional republicana, pouco antes de seu guilhotinamento em 1792, deixou escrito o seguinte: "Fui talhado para combater o crime, não para governá-lo".
Mas para isso, claro, é preciso ter (digamos) pescoço.
CARLOS GUILHERME MOTA, HISTORIADOR, É PROFESSOR EMÉRITO DA FFLCHUSP, PROFESSOR TITULAR NA UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE E AUTOR DE IDEOLOGIA DA CULTURA BRASILEIRA (EDITORA 34) E, COM ADRIANA LOPEZ, DE HISTÓRIA DO BRASIL. UMA INTERPRETAÇÃO (EDITORA SENAC)

25 de set. de 2010

ATO contra censura a imprensa


 
ATO contra censura a imprensa, corrupção no govêrno nepotismo desvios e abusos do poder

 Contamos com com todos  particepem, divulguem - 


24 de set. de 2010

ficha limpa votação empatada impasse suspende por tempo indeterminado

Ministros Joaquim Barbosa e Cármen Lúcia: impasse no Supremo - (Breno Fortes/CB/D.A Press)(Impasse suspende  por tempo indeterminado aplicação do  ficha limpa )
Ministros Joaquim Barbosa e Cármen Lúcia: impasse no Supremo
Diante do impasse no julgamento da aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa, na madrugada desta sexta-feira (24/9), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, decidiu interromper a sessão, que teve duração de quase 11 horas e acabou com votação empatada (5 x 5). A pauta está suspensa por tempo indeterminado.A discussão entre os ministros esquentou no momento de definir os critérios de desempate. O grupo que optou por manter a definição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – composto por Ayres Britto (relator do processo), Cármen Lúcia, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski e Ellen Gracie – defendeu que a decisão anterior, indeferindo a candidatura de Roriz com base na aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa, fosse validada. A hipótese está prevista no artigo 146 do regimento interno do Supremo.
Já o grupo formado pelos ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Cezar Peluso, que votou a favor do recurso de Roriz, defendeu que a Lei da Ficha Limpa não poderia valer este ano. -  leia mais no  correio braziliense

23 de set. de 2010

Manifesto em defesa da democracia

Juristas que marcaram sua trajetória na luta pela preservação dos valores fundamentais lançaram ontem nas Arcadas do Largo de São Francisco, em São Paulo, o Manifesto em Defesa da Democracia, com críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O palco para o ato público foi o mesmo onde, há 33 anos, o jurista Goffredo da Silva Telles leu a Carta aos Brasileiros, contra a tirania dos generais.
O agravo em 43 linhas condena o presidente Lula, que, na reta final da campanha à sua sucessão, distribui hostilidades à imprensa e faz ameaças à liberdade de expressão e à oposição.
Uma parte do pensamento jurídico e acadêmico do País que endossou o protesto chamou Lula de fascista, caudilho, autoritário, opressor e violador da Constituição. O presidente foi comparado a Benito Mussolini, ditador da Itália nos anos 30. "Na certeza da impunidade (Lula), já não se preocupa mais nem mesmo em valorizar a honestidade. É constrangedor que o presidente não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas 24 horas do dia", disse Hélio Bicudo, fundador do PT, do alto do púlpito da praça, ornada com duas bandeiras do Brasil.
Sob o sol forte do meio-dia, professores, sociólogos, economistas, intelectuais, escritores, poetas, artistas, advogados e também políticos tucanos cantaram o Hino Nacional. Muitos dos presentes ao ato público de ontem estavam no mesmo local em agosto de 1977 para subscrever a Carta aos Brasileiros.



O estado  

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O Desmache  da democracia - 

A escalada de ataques furiosos do presidente Lula contra a imprensa - três em cinco dias - é mais do que uma tentativa de desqualificar a sequência de revelações das maracutaias da família e respectivas corriolas da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra. É claro que o que move o inventor da sua candidata à sucessão, Dilma Rousseff, é o medo de que a sequência de denúncias - todas elas com foros de verdade, tanto que já provocaram quatro demissões na Pasta, entre elas a da própria Erenice - impeça, na 25.ª hora, a eleição de Dilma no primeiro turno. Isso contará como uma derrota para o seu mentor e poderá redefinir os termos da disputa entre a petista e o tucano José Serra.
Mas as investidas de Lula não são um raio em céu azul. Desde o escândalo do mensalão, em 2005, ele invariavelmente acusa a imprensa de difundir calúnias e infâmias contra ele e a patota toda vez que estampa evidências contundentes de corrupção e baixarias eleitorais no seu governo. A diferença é que, agora, o destampatório representa mais uma etapa da marcha para a desfiguração da instituição sob a sua guarda, com a consequente erosão das bases da ordem democrática. A apropriação deslavada dos recursos de poder do Executivo federal para fins eleitorais, a imersão total de Lula na campanha de sua afilhada e a demonização feroz dos críticos e adversários chegaram a níveis alarmantes.
A candidatura oposicionista relutou em arrostar o presidente em pessoa por seus desmandos, na crença de que isso representaria um suicídio eleitoral - como se, ao poupá-lo, o confronto com Dilma se tornaria menos íngreme. Isso, adensando a atmosfera de impunidade política ao seu redor, apenas animou Lula a fazer mais do mesmo, dando o exemplo para os seguidores. As invectivas contra a imprensa, por exemplo, foram a senha para o PT e os seus confederados, como a CUT, a UNE e o MST, promoverem hoje em São Paulo um "ato contra o golpismo midiático". É como classificam, cinicamente, a divulgação dos casos de negociatas, cobrança e recebimento de propinas no núcleo central do governo.
Sobre isso, nenhuma palavra - a não ser o termo "inventar", usado por Lula no seu mais recente bote contra a liberdade de imprensa que, com o habitual cinismo, ele diz considerar "sagrada". O lulismo promove a execração da mídia porque ela se recusa a tornar-se afônica e, nessa medida, talvez faça diferença nas urnas de 3 de outubro, dada a gravidade dos escândalos expostos. Sintoma da hegemonia do peleguismo nas relações entre o poder e as entidades de representação classista, o lugar escolhido para o esperado pogrom verbal da imprensa foi o Sindicato dos Jornalistas. O seu presidente, José Camargo, se faz de inocente ao dizer que apenas cedeu espaço "para um debate sobre a cobertura dos grandes veículos".
Mas a tal ponto avançou o rolo compressor do liberticídio que diversos setores da sociedade resolveram se unir para dizer "alto lá". Intelectuais, juristas, profissionais liberais, artistas, empresários e líderes comunitários - todos eles figuras de projeção - lançaram ontem em São Paulo um "manifesto em defesa da democracia", que poderá ser o embrião de um movimento da cidadania contra o desmanche da democracia brasileira comandado por um presidente da República que acha que é tudo - até a opinião pública - e que tudo pode.
Um movimento dessa natureza não será correia de transmissão de um partido nem estará atado ao ciclo eleitoral. Trata-se de reconstruir os limites do poder presidencial, escandalosamente transgredidos nos últimos anos, e os controles sobre as ações dos agentes públicos. "É intolerável", afirma o manifesto, "assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais." "É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade." O texto evoca valores políticos que, do alto de sua popularidade, Lula lança ao lixo, como se, dispensado de responder por seus atos, governasse num vácuo ético.
o estado opinião 

22 de set. de 2010

Imprensa livre

Movimento pela real democracia e o estado de direito :   


A Faculdade de Direito em foto da década de 1950.

A mais antiga instituição de ensino superior denominada faculdade no Brasil juntamente criada com a Faculdade de Direito de Olinda (depois transferida para Recife e posteriormente agrupada pela Universidade Federal de Pernambuco), uma das melhores no que diz respeito ao ensino jurídico, a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, também conhecida como "As Arcadas", foi criada pela lei imperial de 11 de agosto de 1827, tendo sido incorporada à Universidade de São Paulo quando de sua fundação em 1934. Surgida poucos anos após a proclamação da Independência do Brasil, destinava-se a formar governantes e administradores públicos, sendo fundamental para a consolidação do Império do Brasil[1].

Críticas do presidente à imprensa são ''desserviço à Constituição e ao Brasil'', diz OAB; ANJ e Abert também divulgam notas contra a fala

Vejam tambem
A Faculdade de Direito de Olinda foi fundada em 11 de agosto de 1827 por lei do imperador Dom Pedro I. Nesta data foram criados, simultaneamente, dois cursos de ciências jurídicas e sociais, um na cidade de São Paulo (Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo) e outro na de Olinda.

20 de set. de 2010

"um desserviço à Constituição e ao Brasil"

Do  jornal o estado 

Entidades reagem a ataques de Lula

Críticas do presidente à imprensa são ''desserviço à Constituição e ao Brasil'', diz OAB; ANJ e Abert também divulgam notas contra a fala

O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcanti, definiu ontem como "um desserviço à Constituição e ao Brasil" as críticas feitas à imprensa pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no sábado, durante comício eleitoral de sua candidata, Dilma Rousseff, em Campinas. Além da OAB, várias outras entidades de defesa da liberdade de imprensa se manifestaram contra o discurso feito pelo presidente.
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A elite que Lula não suporta

jornal o estado opinião

- Nas encenações palanqueiras em que o presidente Lula invariavelmente se apresenta como o protagonista da obra de criação deste país maravilhoso em que hoje vivemos, o papel de antagonista está sempre reservado às "elites". Durante mais de 500 anos, as elites mantiveram o Brasil preso aos grilhões do subdesenvolvimento e da mais perversa injustiça social. Aí surgiu Lula, o intimorato, e em menos de oito anos tudo mudou. Simples assim.

Com essa retórica maniqueísta, sem o menor pudor Lula alimenta no eleitorado de baixa renda e pouca instrução - seu público-alvo prioritário - o sentimento difuso de que quem tem dinheiro e/ou estudo está do "outro lado", nas hostes inimigas. Mas a verdade é que o paladino dos desvalidos nutre hoje uma genuína ojeriza por uma, e apenas uma, categoria especial de elite: a intelectual, formada por pessoas que perdem tempo com leituras e que por isso se julgam no direito de avaliar criticamente o desempenho dos governantes. Por extensão, uma enorme ojeriza à imprensa. Com todas as demais elites Sua Excelência já resolveu seus problemas. Está com elas perfeitamente composto, afinado, associado, aliado e, pelo menos em outro caso específico, o das oligarquias dos grotões maranhenses, alagoenses, amapaenses e que tais, acumpliciado.
Até por mérito do próprio governo na condução da economia (nem sempre a imprensa ignora os acertos do poder público...), os ventos favoráveis que hoje, de modo geral, embalam o mundo dos negócios, muito especialmente os negócios financeiros, não permitem imaginar que o "poder econômico" considere Lula um inimigo ou uma ameaça e vice-versa. É claro que em público o jogo de cena é mantido, com ataques, sob medida para cada plateia, aos eternos inimigos do povo. Mas na intimidade o presidente se vangloria, em seus cada vez mais frequentes surtos apoteóticos, de que hoje o poder econômico, nacional e multinacional, está submisso à sua vontade. Não é, portanto, essa elite que tem em mente nas diatribes contra os malvados que conspiram contra sua obra redentora.
A revelação de seu verdadeiro alvo Lula oferece cada vez que abre a boca. Como no dia 18, em Juiz de Fora: "Essa gente não nos perdoa. Basta que você veja alguns órgãos e jornais do Brasil (...) Porque na verdade quem faz oposição neste país é determinado tipo de imprensa. Ah, como inventam coisa contra o Lula. Olha, se eu dependesse deles para ter 80% de aprovação neste país eu tinha zero. Porque 90% das coisas boas deste país não é mostrado (sic)."
Então é isto. Imprensa que fala mal do governo não presta, extrapola os limites da liberdade de informar. Não é mais do que um instrumento de dominação das elites.
Assim, movido por sua arraigada tendência ao autoritarismo messiânico que é a marca de sua trajetória na vida pública, Lula parece cada vez mais confortável na posição de dono de um esquema de poder que almeja perpetuar para alegria da companheirada. Um modelo populista, despolitizado, referendado pela aprovação popular a resultados econometricamente aferíveis, mas que despreza valores genuinamente democráticos de respeito à cidadania, coisa que só interessa à "zelite". Tudo isso convivendo com a prática mais deslavada do patrimonialismo, coronelismo, clientelismo, tráfico de influência, cartorialismo, aparelhamento e tudo o mais que Lula e seu PT combateram vigorosamente por pouco mais de 20 anos, para depois transformar em seu programa de governo. E em toda essa mistificação o repúdio às elites é a palavra de ordem e a imprensa, o grande bode expiatório.
O diagnóstico seguinte foi feito, com as habituais competência e sutileza, por um dos mais notórios fantasmas de Lula, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista publicada no Estado de domingo: "Achei que (Lula) fosse mais inovador, capaz de deixar uma herança política democrática, mostrando que o sentimento popular, a incorporação da massa à política e a incorporação social podem conviver com a democracia, não pensar que isso só pode ser feito por caudilhos como Perón, Chávez, etc. (...) Mas Lula está a todo instante desprezando o componente democrático para ficar na posição de caudilho." Falou e disse.

Deu em O Globo

Lula e a visão autoritária da imprensa (Editorial)

É nos improvisos que o presidente Lula se deixa levar, fala o que não seria conveniente do ponto de vista político, mas transmite o que lhe vai no fundo da alma.
Inebriado por índices recordes de popularidade, nunca antes alcançados neste país, Lula tem radicalizado na autoindulgência, como se o apoio popular o colocasse acima de leis e limites institucionais.
São exemplos desse desvio as sucessivas vezes em que o presidente age como chefe de partido, numa deplorável mistura de papéis, porém bem ao estilo de um governo que, na ocupação da máquina burocrática, exercita ao extremo a confusão entre interesses privados e a esfera pública.
É nessa zona cinzenta que a grande família de Erenice Guerra se aboletou, e corporações sindicais sentam praça nos cofres do Tesouro, ao lado de movimentos ditos sociais que atuam em estado de semiclandestinidade, em parte financiados pelo contribuinte.
Á medida que se envolvia no projeto de eleger a sua desconhecida ministra Dilma Rousseff, enquanto mantinha e até elevava a popularidade, o presidente foi jogando às favas o equilíbrio.
Principal atração dos comícios de sua candidata, Lula radicaliza na insensatez. Pode-se dar desconto pelo inevitável aumento de temperatura característico das campanhas eleitorais, mas não é possível ser condescendente quando se invade de maneira desvairada o campo vital das liberdades democráticas.
Até porque o ataque feito por Lula à imprensa, num comício em Campinas, sábado, não é um acidente de rota, um fato isolado no seu governo de quase oito anos; tampouco seu partido, onde se destilam propostas formais para a “democratização da mídia”, o “controle social dos meios de comunicação”, eufemismos para designar a destruição da independência da imprensa profissional, assim como fazem os governos de Cristina Kirchner e Hugo Chávez, aliados preferenciais da diplomacia companheira no continente.
No sábado, Lula, como se tomado pelo espírito do Rei Sol, um Luis XIV tropicalizado, bradou: “Nós somos a opinião pública.”
Em meio a ataques a “alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem um partido político (...)”, Lula, na verdade, externou toda a dificuldade que ele, auxiliares diretos e líderes petistas têm de entender o papel da imprensa numa sociedade aberta.
Há tempos emana do Planalto a visão de que o governo Lula acabou com os “formadores de opinião”, e agora se sabe que eles foram substituídos, segundo este contorcionismo intelectual, pelo presidente e seu grupo no poder.
Numa reedição de um “pai dos pobres” de figurino getulista, o presidente teria hipnotizado as massas, alimentadas por um assistencialismo bilionário, e por isso elas só reproduzirão a opinião do seu redentor.
Mais do que uma tosca engenharia de raciocínio, porém, esta percepção lulista da imprensa deriva de um entendimento autoritário da função dos meios de comunicação: segundo a vulgata ideológica dos intelectuais orgânicos do lulopetismo, a imprensa é um instrumento de manipulação da sociedade.
E, sendo assim, precisa estar subordinada ao partido e ao Estado, os quais, no imaginário desses militantes, se confundem.
É inconcebível para esses que a imprensa profissional — que precisa ser rentável para se manter independente, e o mais distante possível de verbas administradas pelos poderosos do momento — cumpra uma função pública, e disto têm consciência profissionais e acionistas das empresas de comunicação.
A visão maniqueísta lulopetista da imprensa leva a que se procure intrincadas conspirações por trás de reportagens de denúncia, um truque que também serve para jogar uma cortina de fumaça à frente de desvios éticos cometidos pela companheirada.
Foi assim que o mensalão se tornou produto de uma imprensa “golpista”, bem como a ação dos aloprados.
Denunciado por um aliado desgostoso, Roberto Jefferson, do PTB, o esquema de coleta e lavagem de dinheiro sujo para alimentar uma bancada parlamentar governista gerou um processo que tramita no Supremo Tribunal Federal, depois de aceita denúncia da Procuradoria Geral da República contra essa “organização criminosa”.
No escândalo da tentativa de compra de um dossiê falso contra o tucano José Serra, na campanha de 2006 para o governo de São Paulo, petistas proeminentes — os “aloprados”, nas palavras do próprio Lula — foram apanhados em flagrante delito.
Nada porém abala o discurso petista contra manobras “golpistas” da imprensa independente.
Mas não houve qualquer crítica quando, no primeiro governo FH, reportagem do GLOBO derrubou o então presidente dos Correios, Henrique Hargreaves, ao revelar que ele tinha um contrato com o Sebrae, do qual recebia sem trabalhar.
Não se ouviu, também, qualquer reclamação petista quando a “Folha de S.Paulo” relatou histórias de compra de votos de deputados federais a favor da emenda constitucional que permitiria a reeleição de Fernando Henrique Cardoso.
Ou na revelação feita pelo GLOBO de que o esquema do mensalão, antes de José Dirceu, Delúbio e Genoino, fora acionado pelo PSDB mineiro no financiamento da campanha frustrada de reeleição do governador Eduardo Azeredo, delito também a ser julgado no STF.
E nenhuma admoestação à imprensa partiu do PT na divulgação de cenas pornográficas de corrupção patrocinadas pelo DEM de Brasília.
Imprensa boa é imprensa chapa-branca, deduz-se.
Outra prova cabal de como o PT se equivoca sobre o jornalismo profissional foi dada por José Dirceu, cassado no escândalo do mensalão e considerado pelo Ministério Público o chefe da tal “organização criminosa”.
Considerado líder importante no partido, até visto como herói por ter se imolado pela causa petista, Dirceu demonstra continuar com bom trânsito em Brasília, e continua a pontificar.
Na semana passada, ao doutrinar sindicalistas petroleiros na Bahia, o ex-ministro da Casa Civil de Lula comemorou o fato de uma provável vitória da “companheira de armas” Dilma Rousseff facilitar a execução do “projeto político” do PT, difícil de ser aplicado com Lula, pois o presidente em contagem regressiva para voltar a São Bernardo é algumas vezes maior que o partido, explicou.
Do projeto, consta o de sempre: “democratização dos meios de comunicação” etc.
Além de considerar que a imprensa brasileira abusa do direito de informar — uma pérola do pensamento da esquerda autoritária —, Dirceu reclamou de uma suposta tentativa das redações de interferir na formação do futuro governo Dilma, algo digno de ficção.
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19 de set. de 2010

“Penso em criar um organismo muito forte"

República Venezuelana Chavista no Brasil?

República Venezuelana Chavista no Brasil? 

Lula em Recife ontem disse “Penso em criar um organismo muito forte, juntando todas essas forças que nos apóiam, para que nunca mais a gente possa permitir que um presidente sofra o que eu sofri”. Primeiramente a pergunta: Sofreu o quê? Comandou o Congresso e o Senado com maioria folgada; interferiu em assuntos domésticos da Instituição; abafou CPIs; comandou a salvação de senadores ameaçados de cassação; aprovou as MPs inconstitucionais que desejou. E reclama do quê? Pretende criar um organismo muito forte. Que organismo forte é esse? Aparelhou o Estado, as para-estatais,organizações naõ governamentais, movimentos sociais,entidades sindicais e outras.Deseja mais? O que mais é possivel?A vocação autoritária do Presidente resplandece no final do seu mandato.O Estado Policial armado por ele, que afronta a Constituição e ameaça a democracia, adotou a prática da espionagem criminosa para intimidar os adversários.Os últimos acontecimentos, culminando com a quebra de sigilo fiscal para abastecer uma central de dossiês e alvejar adversários que eventualmente o enfrentassem, são um prenúncio perverso. Quem comete crimes para conquistar o poder, crimes cometerá para nele se manter. É o anúncio de uma República Venezuelana Chavista no Brasil? É isso que queremos? via senador Alvaro Dias link

Tontons Macoutes: uma milícia impiedosa a serviço do ditador Papa Doc


François Duvalier, o Papa Doc, ditador sanguinário do Haiti entre 1957 e 1971, não confiava em seu Exército. Em 1958, quando iniciou seu governo, ao invés de tentar consolidar sua posição, se aproximando das Forças Armadas, resolveu tomar uma posição mais arriscada, trilhando caminhos seguidos por líderes como Hitler, assumindo o poder com uma força de sua confiança.

Papa Doc deu início, então, a uma organização de contrapeso ao Exército, direta e exclusivamente subordinada ao Palácio Nacional: os Tontons Macoutes.
A força tinha sua base formada, por um lado pelos “Cagoulards” ou encapuzados, grupos de agitadores, recrutados por Duvalier na campanha presidencial de 57, para intimidar os outros candidatos e quase sempre através de métodos violentos.

Lula em Recife ontem disse “Penso em criar um organismo muito forte"

A Milícia de Voluntários da Segurança Nacional (em francês: Milice de Volontaires de la Sécurité Nationale, MVSN), comumente conhecidos como Tonton Macoute (literalmente "Tio do Saco", em crioulo haitiano, aludindo às figuras do "homem do saco" ou "bicho papão")[1] era uma força paramilitar haitiana criada em 1959, e que obedecia diretamente as ordens do ditador daquele país, François 'Papa Doc' Duvalier, e de seu filho e sucessor, Jean-Claude, até a saída do último do poder, em 1986.

Os novos governos do país debandaram a organização, porém muitos de seus antigos integrantes se tornaram insurgentes, e participaram dos distúrbios políticos do país, especialmente nas regiões rurais, até 2000.

Estima-se que durante a sua actividade, os Tonton Macoute podem ter morto e feito desaparecer mais de 150 mil pessoas, na sua maioria civis e opositores aos regimes Duvalier.

Foro São Paulo