23 de nov. de 2011

Novo relatório da Defesa comprova sucateamento das Forças Armadas

Blindado da Marinha usado na ocupação do Complexo do Alemão, no Rio, em 2010. Dos 74 veículos sobre lagartas, apenas 28 funcionam.
Blindado da Marinha usado na ocupação do Complexo do Alemão, no Rio, em . Dos 74 veículos sobre lagartas, apenas 28 funcionam.
Em março, um relatório feito pelo Ministério da Defesa mostrou a condição preocupante das Forças Armadas do Brasil. O documento revelava, segundo a Folha, que de todos os equipamentos de Aeronáutica, Exército e Marinha, apenas metade estava em funcionamento. Nesta terça-feira (22), o Estadão traz detalhes de uma versão atualizada do mesmo relatório que mostra uma situação ainda mais crítica das Forças Armadas.
Alguns itens que mostram a calamidade:
  • Nenhum dos 23 jatos A-4 da Marinha pode voar. Isso significa que nenhum avião pode decolar do porta-aviões São Paulo.
  • Dos 219 caças da FAB, 72 (32%) estão em operação. Em março, eram 85
  • Dos 81 helicópteros da FAB, apenas 22 (27%) estão voando
  • Todas as nove baterias anti-aéreas do Brasil estão desativadas
De acordo com o Estadão, o ministro da Defesa, Celso Amorim, já reclamou do pequeno investimento do governo brasileiro no setor, fazendo eco ao que os comandantes militares dizem há décadas.
Segundo ele, proporcionalmente ao Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil é um dos países que menos investem em defesa entre os integrantes dos Brics, grupo que integra Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O orçamento atual da defesa no País representa 1,39% do PIB, enquanto a Índia investe nesta área 2,8% de seu PIB, e a China, 2,2%.
Foto: Marcello Casal Jr/ABr
José Antonio Lima

14 de nov. de 2011

Datasus (Banco de Dados do Sistema Único de Saúde), em 2009, foram assassinadas   51.434 pessoas no Brasil

Muitas coisas deram certo no Brasil. Outras não. Vivemos num país maravilhoso do ponto de vista natural, mas extremamente conflitivo, desigual e violento. Em números absolutos (total de mortes intencionais no país, sem levar em conta o número da população), nenhum país do mundo matou mais que o Brasil em 2009. Vivemos num país doente.
De acordo com os dados do Datasus (Banco de Dados do Sistema Único de Saúde), em 2009, foram assassinadas aqui 51.434 pessoas: 26,6 homicídios para cada 100 mil habitantes (levou-se em conta o mesmo número populacional utilizado pela ONU: 193.431.718 habitantes no citado ano).
A segunda colocada, em termos absolutos (não levando em conta a proporção com a população), é a Índia, com cerca de 40 mil mortes. Sua população é quase cinco vezes maior que a do Brasil, mas aqui assassinamos muito mais gente.
Recente estudo da ONU divulgou que, em 2009, o Brasil teria tido 43.909 assassinatos: 22,7 mortes para cada 100 mil habitantes. A fonte dessa informação foi o Ministério da Justiça. Está errada, se comparada com a do Datasus. O Brasil é muito mais violento do que o anunciado pela ONU.
Em 2008, foram 50.113 mortes. Em 2009, 51.434. O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking da taxa homicídios por 100 mil habitantes dentre os países que mais matam na América Latina. Em primeiro, vem a Venezuela, com 49 homicídios por 100 mil habitantes. Em segundo lugar, aparece a Colômbia: 33,4 homicídios por 100 mil habitantes.
Os números da mortandade intencional no Brasil são mais que epidêmicos, são típicos de uma guerra civil (não declarada). A desigualdade, que não melhorou nem sequer com a pujança econômica do nosso país, é uma das responsáveis por essa tragédia nacional. Depois, vem a violência policial, as drogas, a desorganização urbana, a impunidade etc.
O Brasil ocupa o sexto lugar mundial na relação homicídios x população. Porém, em termos absolutos, sem sombra de dúvida, é um dos países mais perigosos do planeta.
A Copa do Mundo de 2014, assim como as Olimpíadas de 2016, vai acontecer em um dos palcos mais sanguinários do planeta Terra! O pior é que as causas do problema não estão sendo enfrentadas. A cada dia o legislador anuncia nova lei dizendo ser isso a solução. A população aceita o “remédio” enganoso, mas não está cuidando da “doença”.
Luiz Flávio Gomes é jurista - fonte

Foro São Paulo