Forças Armadas treinam defesa de bacia de petróleo
A Operação Laçador vai mobilizar oito
mil membros do Exército, Marinha e Aeronáutica para a simulação de uma
guerra convencional na região Sul do País, entre os dias 16 e 27 de
novembro. Este será o maior exercício militar combinado da América
Latina. Na simulação, um país fictício com recursos energéticos
esgotados ocupa uma bacia petrolífera do país vizinho, no Oceano
Atlântico, e, hipoteticamente, planeja se apossar da hidrelétrica
binacional de Itá, que os dois compartilham.
Os dados gerais da manobra foram
apresentados à imprensa hoje pelo comandante militar do Sul,
general-de-Exército José Carlos De Nardi. Mesmo que, nas perguntas, os
jornalistas tivessem buscado analogias entre a operação e temas reais
como a usina binacional de Itaipu, objeto de polêmicas no Paraguai, e a
preocupação brasileira com a defesa do petróleo da camada de pré-sal, De
Nardi não acredita que o exercício possa provocar algum desconforto em
vizinhos.
“Não há ideia nenhuma com países
irmãos”, destacou, para reiterar que a estratégia das Forças Armadas do
Brasil é só de dissuasão e jamais de ocupação. “Ou seja, não se metam
conosco que não nos meteremos com ninguém”, disse, em tom bem-humorado.
Segundo o general, todas as manobras
serão feitas em áreas internas do País, distantes das fronteiras. Entre
as ações de treinamento previstas estão deslocamentos de tropas para
ocupação de espaços territoriais, marítimos e aéreos com uso de 61
aeronaves, nove navios e dois submarinos, entre outros equipamentos. Uma
das ações será a tomada de uma suposta usina hidrelétrica binacional no
Rio Uruguai, entre Itá (SC) e Aratiba (RS).
A operação será o maior exercício
militar da América do Sul, e reunirá um efetivo de 8 mil militares da
Força Aérea Brasileira (FAB), da Marinha e do Exército na região do
Comando Militar do Sul (CMS), nos Estados do Rio Grande do Sul, de Santa
Catarina e do Paraná.
A operação foi articulada pelo
Ministério da Defesa e tem como objetivo o treinamento das tropas. A
Laçador começará no próximo dia 16 e terminará no dia 27. Os detalhes da
operação, que poderá ser acompanhada em tempo real pelo site www.lacador.eb.mil.br, foram anunciados ontem, em Porto Alegre, pelo comandante da CMS, o general-de-Exército José Carlos De Nardi.
– O cenário da guerra é fictício – observou De Nardi.
A guerra de ficção ocorre entre dois
países, o Amarelo e o Verde. Os governantes do Amarelo enfrentam uma
crise de energia. Os poços de petróleo secaram e a única energia
disponível vem de uma usina binacional, construída em parceria com o
país Verde. Acossados pela opinião pública, que reclama contra o caos
criado na economia pela falta de combustível, os dirigentes do Amarelo
atacam e ocupam as instalações dos campos petrolíferos do país Verde,
que ficam no mar.
Com a autorização da Organização das
Nações Unidas (ONU), as tropas do Verde agem tomando a usina binacional
(que será representada pela hidrelétrica de Itá, situada na divisa do
Rio Grande do Sul com Santa Catarina). É o início do confronto armado
entre os dois países. fonte plano brasil